05 dezembro 2006

Software Livre e as 4 liberdades inalienáveis!

Deixo aqui um pequeno apanhado duma entrevista dada pelo Richard Stallman a uma revista de língua Portuguesa.


-Hoje, tem bastante gente que partilha as suas ideias do software livre, mas ainda são a minoria, que acha?

-...Hoje a força colocada no desenvolvimento do software livre é superior à força de trabalho dos programadores da Microsoft. Mas nós temos menos dinheiro que eles, e quando os governos não são muito democráticos, quem tem dinheiro consegue o que quer.

-Refere-se aos fabricantes de software proprietário, que usam o Digital Rights Management (DRM)?

-Voce disse Digital Rights Management? O certo é Digital Restrictions Management, porque do ponto de vista do utilizador, são restrições! Se fala Digital Rights Management, tomas a posição de Hollywood e das editoras. Se falas em Digital Restrictions Management, estás do lado dos utilizadores.

-Como o software livre pode lidar com o DRM?

Tem que se combater completamente o DRM. Ninguem deve comprar nada com DRM. Eu recuso até presentes de produtos com DRM, porque aceitá-los é perder a liberdade. Não é aceitável que se ataque a partilha de arquivos, incluindo ficheiros de música por redes de software!

-Mas os programas P2P estão a ser fechados por serem ilegais.

-O P2P deve ser legal. O veto a estes programas deve ser proibido por lei. A cooperação deve ser legal e a DRM combatida. O Estado tem a missão de defender a liberdade dos cidadãos. Temos que pressionar o Estado para que defenda a liberdade de todos, inclusive a liberdade de partilhar. Todo o mundo deve ter direito às quatro liberdades que definem o software livre.
  1. A liberdade de executar o programa como quiser.
  2. A liberdade de estudar o código-fonte e mudá-lo.
  3. A liberdade de copiar o programa e poder distribuir cópias para os outros.
  4. A liberdade de distribuir versões modificadas quando quiseres.
Estas quatro liberdades não devem ser estranhas para o público porque os cozinheiros usam estas mesmo liberdades na partilha de receitas. E não é por acaso, porque tanto uma receita como um programa são obras de uso prático.

-Quais os riscos do software proprietário?

-Esse software proprietário é perigoso para todos porque, em primeiro lugar, tira a liberdade do utilizador e, em segundo lugar, o desenvolvedor, tendo o poder sobre os utilizadores, abusa desse poder inserindo funcionalidades maldosas nos softwares. Então usar software proprietário é acreditar cegamente nos desenvolvedores. ......."


Fonte: Linux PC Master


7 comentários:

Lá vou eu, voltar a bater no ceguinho, neste caso no barbudo (com todo o respeito).
Como é que este homem ganha a vida? Em palestras? Em entrevistas?
Eu não estou a ver as empresas a sobreviverem com as cópias livres de software, e isso quer dizer mais developers para o desemprego. O homem tem um ideal muito porreiro mas segundo as ideias dele quem vai pagar aos developers? Quem vai pagar para ter software? Quem vai pagar todo o I&D feito nas empresas? O pessoal está-lhe muito grato pela GNU e afins, mas nós precisamos de dinheiro para viver.

Como é que este homem ganha a vida?? Bom, dando entrevistas e palestras são umas das maneiras no caso dele! E como achas que a Red hat vive? Ou a mandriva, e tantos outros? Ou a Caixa Mágica?? Aparentemente, a venda de licenças que para muita gente é o unico modo de sustentabilidade no meio, apenas apareceu com a microsoft. Como é que achas que se vivia antes? Uma empresa queria determinado software para fazer algo, encomendava-o a um developer ou a uma empresa e ele fazia-o.
E é preciso dar assistencia.
E é preciso dar formação.
etc, etc

Esqueci-me dum pormenor, software livre não obriga a que seja grátis!! Nas 4 leis não diz que tem de ser grátis ;)

3. A liberdade de copiar o programa e poder distribuir cópias para os outros.

Nada diz que tem de ser grátis! Podes copiar um programa, alterá-lo a pedido de alguem, e vende-lo a esse alguem. Com o código junto, claro.
A caixa mágica "copiou" o Suse, alterou-o, e distribui cópias da alteração (CM) para outros, algumas são pagas. E faz dinheiro.
A liberdade 3 tá correta....

quando o software é livre não é necessariamente grátis.
por estar disponivel gratuitamente não significa que se eu copiar não vou comprar, porque o que acontece é que as empresas que vendem software livre se esforçam muito mais para dar o melhor, para que o seu produto seja o melhor, ou seja, se há livre concorrencia, todos têm de se esforçar para ter o melhor produto, ou o utilizador parte para outra.
velhos tempos em que se tinha de esperar 5 anos para ter um sistema operativo novo... ACORDEM!

A luta agora é outra: DRM

http://www.defectivebydesign.org

Só podemos combater o mercado e multinacionais, se formos muitos. Eles vivem do mercado e têm de nos ouvir. Façamo-nos ouvir.
Espalhem a palavra.

Anónimo disse...
17 maio, 2007 17:34
 

Senhores,

A proposta do software livre e do código aberto se baseiam na perspectiva de mudança do paradigma vigente. O software nasceu com código aberto e não foi o seu fechamento que o levou ao desenvolvimento que presenciamos atualmente. Não existe uma lei fundamental que o software só possa sobreviver na forma de produto, sendo comercializado ou sendo alvo da pirataria. O software acima de qualquer coisa possui uma componente de serviços muito forte. As pessoas que se envolvem em projetos dessa natureza - OSS - além de diversas motivações como prazer pessoal, integração a uma comunidade e etc, também vislumbram a possibilidade de ganhos através dos serviços. Um bom exemplo disso são as possibilidades de ganhos através das consultorias.
Acredito piamente que a informação deva ser transparente para que todos possamos fazer uso dela.
O software de código aberto não é uma alternativa marginal ao modelo proprietário é, acima de qualquer coisa, a ponta de um iceberg de algo muito maior no capitalismo: uma mudança de paradigma.

Um abraço a todos...