09 outubro 2006

Urnas eleitorais electrónicas, com que software?

Eis um pequeno vídeo que pode passar despercebido pelo público em geral, em que mostra Clint Curtis, um programador da Yang Enterprises (YEI) da Florida, a testemunhar sobre juramento que Tom Feeney, um congressista Republicano (EUA), lhe pediu que fizesse um programa para uma urna eleitoral para umas eleições. Já agora, esse tal Tom Feeney é conhecido por ser um dos "20 membros mais corruptos do Congresso" pelos "Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington".

Nesse vídeo, Clint Curtis diz que Feeney lhe pediu para escrever um programa para a tal máquina de votos, um touchscreen, de modo que os votos fossem numa razão de 51-49 em seu favor, fosse qual fosse a verdadeira votação, e de uma maneira indetectável.

Independentemente de ser verdade ou não, este episódio lança a discussão sobre o software proprietário fechado versus software livre e aberto, e num campo muito sensível como são as eleições, eventualmente eleições para governos nacionais ou para Presidências de um qualquer País.

Na minha opinião, e que julgo não ser única, os programas para qualquer máquina de votos NUNCA poderá ser software proprietário fechado porque o proprietário do programa, ou o programador que o fez, ou o governo apoiado em qualquer instituição independente, nunca poderá garantir que o software irá fazer exactamente aquilo que os eleitores esperam que faça! Para já não falar de bugs ou falhas de segurança. O representante desse programa, pode jurar a pés juntos pela saude da sua família, pela sua honestidade ou pelo que quiser, que o programa não tem nenhum truque nem faz batota, mas sendo ele fechado, NUNCA o poderá provar.

Se for software livre, qualquer programador, qualquer instituição ou empresa, poderá ter acesso a todo o código fonte do programa em questão, poderá ver in loco e testá-lo se o quiser, se existe algum erro ou trapaça nele e se algo estiver mal. Caso algo esteja mesmo mal, bastará alertar onde está o erro e a correção terá de ser feita obrigatoriamente para garantir a imparcialidade e a boa funcionalidade do programa.


Julgo que em portugal já se está a usar as urnas elctrónicas em fase experimental nos Açores, alguem que me corrija caso esteja errado, e parece-me que o software é proprietário fechado. Nunca li que alguem se tenha revoltado ou pelo menos questionado sobre esse assunto, mas por mim posso afirmar que se tiver que votar numa dessas urnas e o código não for aberto, simplesmente não votarei e continuarei a fazer campanha contra este modelo de votação electrónico.

Fonte: Boing Boing


Categorias:

0 comentários: