23 junho 2007

Hidrogénio - A solução energética que tanto precisamos.

Este artigo sai fora dos tópicos deste blog, mas acho-o extremamente interessante e baseia-se num problema que afecta todos quantos vivem neste calhau redondo que é a nossa casa.

Muitas das energias alternativas não são fiáveis porque para as produzir tem que se gastar energia convencional, e o gasto de energia convencional seria sempre superior à energia produzida. Outras como a energia nuclear têm dois problemas: Os detritos radioactivos que não há solução para o que se fazer com eles, e alem disso, o nuclear apenas gera calor, e essa energia calorífica tem que ser processada de maneira a criar outra energia, o que requer maquinaria pesada para se conseguir... devido a este facto, a energia nuclear não serve para usar por exemplo em carros.

Agora está a surgir um novo combustivel que já há muito tempo se sabia que seria uma possivel solução para os problemas de energia, o hidrogénio ou H2. Hidrogénio é um elemento simples e o mais abundante no nosso planeta, sendo um elemento simples (e não um composto) não se pode transformar noutra coisa depois de queimado e acaba por ser re-utilizável, vejamos:
Água pura é H2O, separando o oxigénio ficamos apenas com hidrogénio... quando este é queimado, ele reage com oxigénio do ar voltando a criar água pura de novo. Se a "queima" for pura, quero dizer que se não se queimar mais nada conjuntamente, então não há nada tóxico nem poluente a resultar dessa queima... zero emissões de gases nocivos, e isto é música para os meus ouvidos... os motores de combustão deixarão de precisar dum tubo de escape, já que o vapor de água emitido pode ser condensado e teremos apenas um pequeno tubo a pingar gotas de água para o chão.

Mas!!! O hidrogénio é extremamente volátil especialmente quando submetido a pressão, o que o torna altamente perigoso, isto já se sabe desde o tempo dos Zeppelins especialmente com a explosão do Hindenburg. Outro pormenor é que o H2 é o elemento mais leve da nossa natureza, e ao ser tão leve também ocupa muito espaço. Digamos que para se guardar 1Kg de hidrogénio é preciso um contentor de dimensões gigantescas.
Existe duas formas de guardar hidrogénio sem que ele ocupe tanto espaço: Pressiorizá-lo é uma forma simples mas perigosa, a outra é arrefecê-lo à temperatura em que ele liquifaz... o hidrogénio liquifeito ocupa cerca de 1000 vezes menos volume e não é tão volátil, mas tem que ser mantido a temperaturas muito baixas (cerca de -250ºC).

No passado a NASA conseguiu uma maneira de liquifazer o hidrogénio para usá-lo como combustível para os foguetões, e hoje esse processo já foi aperfeiçoado, também já foram desenvolvidos contentores "termos" especiais para mantêrem o hidrogénio nessa temperatura sem que seja necessário gastar mais energia.
Hoje existem já processos de extração de hidrogénio da água usando pouca corrente eléctrica que pode ser gerada por paineis solares, e existe o processo de liquifazer o hidrogénio gastando também pouca energia, para que possa ser armazenado à pressão atmosférica, e existe o processo de o manter na temperatura de liquifação sem se gastar mais energia... também já devem ter ouvido falar da chamada "célula de hidrogénio" que basicamente é um gerador electroquímico alimentado por hidrogénio liquifeito...
então será que é tudo? Não.
Há mais... já existe um carro que queima hidrogénio com um motor de combustão interna, e não é um protótipo, está numa fase de teste mas já é vendido ao publico (a pessoas seleccionadas) na alemanha.

Trata-se do BMW Hydrogen 7

Este carro tem uma célula de hidrogénio para gerar a energia electrica e um depósito para hidrogénio liquido, que vaporizado controladamente vai alimentar um motor de combustão interna com algumas pequenas alterações relativamente aos motores de gasolina... bem, neste caso e como ainda estamos no inicio, este motor pode funcionar com hidrogénio e com gasolina, por isso ainda tem um escape.

Neste momento ainda há uma questão a ultrapassar: A engenharia não gosta do processo actual de reabastecimento de hidrogénio, precisam desenvolver um processo mais seguro do que o existente, e é por isso que ainda são raros os locais de abastecimento e como consequência, este carro não pode funcionar exclusivamente a hidrogénio. Mas uma vez ultrapassado esta dificuldade técnica teremos então carros a queimar exclusivamente hidrogénio, com zero emissões nocivas e sem precisar dum tudo de escape... e mais potentes e económicos dos que funcionam a gasolina, pois a combustão do hidrogénio é mais poderosa que a da gasolina.

Esqueçam os catalizadores, os filtros nos escapes, os GPLs... nada disso é solução! É preciso mesmo acabar com os escapes.

Claro que daqui a uns anos, quando estes carros andarem a circular com mais abundância, muita coisa vai mudar especialmente no que toca na assistência técnica deles, cuidados especiais terão que ser tomados no manuseamento do combustível... este combustível será perigoso quando em contacto com o corpo humano, a sua baixa temperatura matará os tecidos em que tocar.

Links para quem quiser saber mais detalhes aqui, aqui e aqui... e claro na wikipédia e google já se encontra muita info deste assunto.

Abraços
ArameFarpado

19 comentários:

O problema da utilização do hidrogénio é o mesmo da utilização da electricidade: gasta-se pelo menos a mesma quantidade de energia a produzir que a que pretendemos gastar.

Ou seja, para o caso do hidrogénio: se pretendemos gastar 1KW de energia através da combustão do hidrogénio, necessitamos de gastar pelo menos o mesmo KW de energia para separar o hidrogénio do oxigénio na água, já que não temos reservas de hidrogénio na natureza. Como há sempre as perdas em todo o processo e ainda temos de gastar energia no armazenamento do hidrogénio, como bem referiste, isso significa que iremos gastar bem mais energia a produzir e armazenar o hidrogénio do que a que podemos depois aproveitar pela sua combustão.

Assim chegamos à conclusão que não queríamos: uma vez que a maior parte da energia que gastamos provém de combustíveis fósseis, usar hidrogénio nos carros (ou electricidade) apenas faz com que a poluição produzida seja transferida das ruas das cidades para as centrais térmicas.

Como referência, podes consultar os gráficos da produção de energia eléctrica dos EUA e França nesta página da Wikipedia

ois

desculpa la, alguem tem que ser o chato de serviço e por isso aqui vai :)

«Hoje existem já processos de extração de hidrogénio da água usando pouca corrente eléctrica que pode ser gerada por paineis solares, e existe o processo de liquifazer o hidrogénio gastando também pouca energia,»

esta parte precisa de citações e de exemplos concretos, porque o problema da obtenção de H2 de forma pratica e eficiente e precisamente um dos problemas essenciais que precisam de ser ultrapassados. Se costumas ler o Slashdot, esta discussão la vem ao de cima com regularidade, e vais ver que o mais comom é as pessoas aceitarem que o hidrogenio é a forma politicamente aceitavel de voltar a investir no nuclear.

Os islandeses estao a mudar tudo quanto podem de petroleo para H2, mas tem a facilidade de serem 400K gajos e viverem em cima de um vulcao. o resto do planeta precisa de electricidade em grande quantidade e de forma fiavel e permanente, isso nao se obtem com paineis solares a superficie da Terra. O facto de a seguir a electricidade ser acumulada em baterias ou levada para a produção de uma forma liquida e transportavel ineteressa menos, o que e preciso e produzir essa electrciidade de forma 1-barata e 2-limpa. e ate agora a ordem das prioridades tem sido mesmo esta.
Nuno Lima

Pessoal, voces andam a ler literatura antiga, os problemas que apontam já foram ultrapassados, só falta desenvolver um processo de abastecimento melhor.

Ainda há pouca literatura disponivel e apanha-se um toque aqui e ali, nalguns casos ainda há algum secretismo...

-- O processo da electrólise foi largamente melhorado, com a utilização de electrodos de materiais especiais, não encontro info concreta mas tem a ver com utilização de gálio nos electrodos, e já nem é preciso usar água com solução alcalina, é com água pura mesmo sem mistura. Este novo processo gasta pouca corrente e pode ser alimentado por geradores electricos limpos como paineis solares. num dos links fala nisso.

--O processo de liquifação também era um problema que requeria muita energia, mas recentemente houve alguém que desenvolveu um processo de o criar com baixa energia, neste caso ainda há menos info disponivel... eu vi um esboço de como é feito e trata-se duma sequencia de várias cameras que o fazem comprimir e descomprimir em sequência, a compressão é feita para pequenas áreas que dissipam calor enquanto a descompressão é feita para áreas termicamente isoladas... aproveita-se a propriedade própria do gás de variar de temperatura quando lhe variam a pressão, ou seja, ele é bombeado por pequenas bombas e arrefece-se a si próprio num processo sequencial. eu não sei todos os detalhes deste processo e ainda está pouco divulgado, acho que faz parte do segredo que quem chega em 1º lugar nesta corrida.

--inicialmente também se falava que os carros não seriam reabastecidos, trocava-se um depósito vazio por um cheio, isso também já foi ultrapassado... a shell desenvolveu o 1º sistema de abastecimento que está em testes neste momento na alemanha (só nos aeroportos), mas este é o tal pormenor que dizem precisar ser melhorado.

--Não vai ser necessário recorrer a geradores electricos que queimam combustível fóssil, não estamos a "fabricar" a energia com energia, o hidrogénio está lá, só precisa ser trabalhado, e neste momento já se consegue fazê-lo gastando baixa energia eléctrica, tão baixa que se pode usar exclusivamente paineis solares... revejam os links.

--Eu também não estava a falar de produzir electricidade com hidrogénio, isso existe mas também acho um "andar a correr em circulos", porque estamos a gastar electricidade para produzir um combustivel que gera electricidade... quase que se fica na mesma.
O que se está a passar é que se vai subtituir gasolina e gasoleo por hidrogénio.
A BMW já anda há muito tempo a desenvolver motores de combustão interna para hidrogénio, vejam este prototipo:
http://carros.hsw.uol.com.br/bmw-h2r.htm

desconfiu mesmo que a bmw está a ser pioneira nesta área. muitas outras marcas estão a fazer testes com hidrogénio mas limitam-se ao uso das células geradoras de corrente electrica, e tudo o que conseguem fazer são carros electricos alimentados a hidrogenio, ou hibridos gasolina/electrico.

este 750HL é um hibrido também, mas é um hibrido hidrogenio/gasolina, e isto será enquanto não desenvolverem as tais melhorias para o abastecimento.

Enquanto outras marcas estão a usar hidrogénio para substituir baterias, a bmw está a usa-lo para substituir gasolina.

Meus senhores, eu estou indirectamente ligado a este assunto, e apesar de não vos poder indicar informações mais concretas (porque também não as sei), garanto-vos que a mudança já começou, não é ficção, os principais problemas foram ultrapassados e agora todos iremos lucrar com isto... algum do secretismo que existe será para garantir o lucro maior a quem investiu durante anos nestes desenvolvimentos.

Notem que enquanto uns fabricantes estiveram a perder tempo desenvolvendo hibridos que não são solução nenhuma, outros estiveram a trabalhar por trás dos bastidores durante anos sem mostrar resultados, demoraram mais tempo mas agora o trabalho deles está a aparecer, e não vai tardar muito para termos cá fora carros a "queimar" exclusivamente hidrogénio, que não tem tubo de escape e largam apenas pingos de água para o chão. e fazem isto usando motores quase iguais aos de gasolina.

Abraços

O que eu estou a falar não é próriamente novidade, encontrei uma referência vaga num outro blog e que tem um foto que mostra como é o abastecimento. vejam:
http://hrcastro.wordpress.com/2007/05/19/hidrogenio-o-combustivel-do-futuro/

Encontrei mais um artigo que este faz referência a que se ao invés de deixar o vapor condensar e sair pingos de água para o chão, pode-se deixar o vapor de água sair directamente para a atmosfera, indo ajudar na criação de nuvens... não vamos esquecer que a água da chuva é a melhor água para este tipo de electrólise.

vejam:
http://www.motoresecologicos.com/tecnologias_01.php

isto leva-me a pensar que futuramente, se o processo de separação de hidrogénio da água ficar mais sufisticado, os resultados da combustão poderão ser reaproveitados pelo próprio carro ou este poderia ser abastecido directamente com água limpa... mas aqui já sou capaz de estar a divagar, não sei se algum dia será possivel meter todo o processo de separação e liquifação de hidrogénio no próprio carro, além de que isto iria arruinar os interesses económicos de quem produz e distribui o hidrogénio liquido.

Fico contente por o Tux ter componente ambiental. Sou estudante de engenharia do ambiente com possibilidade de tirar mestrado em bioenergias, logo gostava muito de trabalhar com e sobre este tema. Como sou de 1º ano não posso desmentir/certificar o que foi escrito. Fico à espera de mais temas pró-ambientais. :)

Este teu post não podia estar mais desactualizado e desprovido de alguma verdade. O desastre do hindenberg não se deveu ao hidrogénio, mas ao revestimento do próprio zeppelin, a tinta que o revestia e uma descarga atmosférica sobre estes elementos. Segundo, o hidrogénio é 15 vezes mais leve que o ar, pelo que qualquer fuga de gás se dissipa rapidamente sem que o gas tenha tempo de entrar em combustão. O hidrogénio é mais seguro que os combustíveis fósseis como a gasolina e o gasóleo, o ponto de autocombustão situa-se nos cerca de 750ºC, enquanto o da gasolina se situa entre os 180º e os 250ºC consoante as misturas. Terceiro, Há tecnologias actuais extremamente seguras para armazenar o hidrogénio, tais como nanovasos de vidro, aprisionamento em microesferas, etc. Alerto para terem atenção com as pesquisas que fazem nomeadamente às datas a que se referem esses ditos "artigos". Neste campo a EU vai muito à frente.

@Pedro.
Talvez mostrando isto a um dos teus professores, possas ficar com a opinião dele também.

@anonimo:
Bolas, tens estado a ler alguma coisa por acaso?

""hidrogénio é 15 vezes mais leve que o ar, pelo que qualquer fuga de gás se dissipa rapidamente sem que o gas tenha tempo de entrar em combustão""
errado ! num dos links está la este detalhe:
""Precauções
O hidrogênio é um gás extremamente inflamável. Reage violentamente com o flúor e o cloro, especialmente com o primeiro, com o qual a reação é tão rápida e imprevisível que não se pode controlar. Também é perigosa sua despressurização rápida, já que diferentemente dos outros gases, a sua expansão acima de -40ºC ocorre com aquecimento, podendo inflamar-se.""
Ora cá está porque é tão perigoso armazená-lo sob pressão, uma simples fuga pode provocar explosão mesmo sem uma ignição auxiliar... não tens nada disto com a gasolina ou outros gases mais pesados.

continuando:
""O hidrogênio é extremamente inflamável no ar (essa probabilidade de se inflamar situa-se entre 4% e 75% por volume de ar). A energia necessária para inflamá-lo é muito pequena e em alguns casos, pode ocorrer auto-inflamação.""
Humm? é preciso ele estar a 750ºc onde?
As baterias convencionais que se usam hoje nos carros libertam pequenas quantidades de hidrogénio especialmente quando já têm alguns anos de uso, experimenta só acender um isqueiro em cima duma com as tampas abertas e vais ver se não levas logo com pedaços dela.

continuando:
""A energia necessária para a ignição de uma mistura hidrogênio-ar de apenas 0,04 mJ, contra 0,25 mJ dos hidrocarbonetos""
Mais seguro? podes ter a certeza que se tiveres uma fuga num contentor de hidrogénio, o mais dificil é fazê-lo não inflamar.

Esta tecnologia é para avançar,mas muita coisa terá que mudar entretando no que toca ao manuseamento do combustivel, ou acidentes graves irão acontecer.



Agora, não em digas que foi a tinta do hindengurg que o fez arder daquela maneira rápida, no máximo a tinta foi apenas a ignição, mas mesmo sem ela, o balão ao despressurizar poderia ter auto-inflamado.

Mesmo lidando com ele em estado líquido existem riscos ou achas que o deposito de hidrogénio do Challenger explodiu de que?

Esta tecnologia terá que obeder a regras apertadas de segurança, e o meu unico receio é que nos primeiros tempos poderão acontecer acidentes graves com descuidos de pessoas mal formadas para lidar com elas.

E claro que há maneiras seguras do armazenar, mas a transferência do combustivel dum recipiente para outro ainda precisa ser melhorada.

Abraços

Eu não vou comentar a parte técnica e científica desta notícia, porque não pesco nada do assunto. Mas vou comentar o futuro deste projecto.
Sinceramente, tenho algumas dúvidas quanto à duração deste projecto. Lembram-se do carro a electricidade, que até chegou a fazer bastante sucesso nos Estados Unidos. Um ano depois do lançamento e do hype todo, onde é que eles estavam?! Nas lixeiras. Adorava ver este tipo de combustíveis em todos os veículos, num futuro próximo, mas tenho bastantes dúvidas em relação a isso... Há muito lobbie...

Bruno:

Os carros eléctricos não vingaram por imensas razões:

--Precisam acartar com uma quantidade imensa de baterias, tantas baterias que quase deixam de ter uma bagageira. isto é também verdade para alguns hibridos que sairam.

--Têm péssima relação autonomia/tempo de reabastecimeno. E a autonomia baixa radicalmente quando andam em dias húmidos.

--São lentos, pastelões e não atigem a velocidade de carros a gasolina... isto fez com que a maioria das pessoas os rejeitasse.

--A sua baixa autonomia não lhes permite meterem-se em grandes viagens, já que por cada 300Km (exemplo) que fazem precisam estar mais de 12 horas ligados a uma tomada eléctrica.

--Em subidas perlongadas, a intencidade de corrente pedida pelo motor chegava facilemente a ultrapassar a permitida pelas baterias, especialmente se tivesses o carro carregado com passageiros e alguma bagagem. Isto fazia com ficasses ali mesmo.

Agora, imagina teres um carro destes e ires de viagem... como é que fazias quando tivesses que abastecer?

Estes carros têm muitas limitações técnicas e foi por isso que não vingaram, mas o desenvolvimento deles não morreu, estão sim a explorar maneiras mais eficazes de carregar as baterias e quem sabe talvez um dia se desenvolva uma bateria que carregue tão rápidamente como quem abastece de combustivel liquido.



Muitas pessoas acham que estas tecnologias não vão para a frente por interesse das petrolíferas... talvez haja um pouco de verdade nisso, mas não ia por aí...
notem que se os fabricantes de automóveis passarem a produzir carros que usem outro tipo de combustivel, as petrolíferas não terão outro caminho a não ser seguir essa mudança... notem que uma das companhias que está a contribuir para esta mudança que falo no artigo é uma petrolífera (a shell).
O problema principal tem estado no facto dos fabricantes de automóveis não conseguirem os mesmo resultados que oferecem com alternativas ao petróleo.
No caso do hidrogénio, eles não estão sozinhos, está a ser feito um esforço conjunto em várias áreas para se conseguir deixar de vez o petróleo, e aqui as petrolíferas só vão perder se não acompanharem o progresso... ao passo que se transformarem parte das suas refinarias para produtoras de hidrogénio liquido passaram a estar na mesma inseridas no processo como "alimentadoras de combustivel".

Abraços

Ainda sobre os carros electricos:

Estes carros estão também eles a beneficiar do hidrogénio, na verdade a maioria dos fabricantes que estão a explorar hidrogénio estão a fazê-lo com as células de hidrogénio que não são mais do que geradores electricos, geradores que irão ajudar na carga das baterias e que por sua vez vão aumentar em muito a autonomia deles.

podem ver um destes geradores aqui:
http://ec.europa.eu/research/leaflets/energy/pt/05.html

Num documentário que vi à um mês, mais ou menos, esses carros atingiam velocidades na ordem dos 100km/h e aguentavam-se bastante tempo e demoravam pouco tempo a recarregar a bateria.

Quanto à forma de converter água em hidrogénio: é apenas química, a energia necessária para separar uma molécula de água nos seus dois componentes é a mesma que é libertada quando os componentes se juntam. Por mais eficiente que seja a electrólise da água, a energia potencial que irás armazenar nos contentores de hidrogénio é, no máximo, igual à que gastaste para o produzir.

Não há forma de se escapar a isto, acho eu, mas não sou engenheiro químico... Aliás, se não fosse assim não estaríamos a falar de fabricar carros a hidrogénio -- estaríamos já a fabricar geradores eléctricos a hidrogénio!

@Bruno

Nesse documentário deves ter visto as performances dadas em condições favoráveis, e se calhar foi com um protótipo daqueles super leves e super aerodinãmicos... esses carros em subidas não davam nem metade da velocidade de recta. E quanto à carga da bateria, usam várias baterias ligadas para formar uma bateria de enorme capacidade e mesmo forçando carga rápida (que destroi as baterias a medio prazo) não é possivel carregar completamente uma bateria de tanta capacidade em menos de 3 horas, o que é um pouco diferente a parar por 5 minutos.

@antónio:
O que falas está correcto, eu próprio disse isso no inicio do artigo e depois num comentário...
""o gasto de energia convencional seria sempre superior à energia produzida""
isto é verdade quando se quer gerar energia electrica, as células não podem criar mais energia do que aquela que foi gasta com o combustivel delas, pelo contrario, irão sempre criar menos devido às perdas inevitáveis das conversões. A unica vantagem na célula dos carros é que não precisa de esperar que haja condições climatérias favoraveis para gerar a energia, ou uns paineis solares no tejadilho fariam o mesmo efeito.

Tu é que estás a falar em alimentar cidades com nitrogénio, não eu...

O que eu falo é que estamos a produzir electricamente um combustivel para queimar, e segundo se consta a produção desse combustivel nem irá gastar electricidade gerada parar outros fins, irá usar geradores próprios.

O rendimento dum motor de combustão actualmente é baixo, não sei agora de cabeça quanto mas anda perto dos 30%... de toda a energia consumida apenas 30% é transformada em movimento útil... com um combustivel mais potente e motores melhor adaptados a ele, esse rendimento pode elevar muito o que virá a revelar uma diminuição drástica nos consumos dos motores.
E também se pode juntar o util ao agradável; segundo testes feitos, uma célula de hidrogénio a gerar electricidade consegue manter o ar-condicionado do carro a funcionar durante horas com o alternador deste parado, coisa impossivel apenas com as baterias convencionais.

É como eu te digo, a tecnologia está praticamente toda pronta, agora falta criarem bastantes fábricas de hidrogénio liquido e uma rede de postos de abastecimento a sério.

""Tu é que estás a falar em alimentar cidades com nitrogénio, não eu...""

E daí porque não?

Se formos atrás dum processo
electricidade->hidrogenio->electricidade
só podemos perder...
mas e se voltarmos a usar a queima de combustivel para mover geradores rotativos?
seria:
electricidade->hidrogénio->motor de combustão->gerador trifásico...
Será que não iria dar bom rendimento?
E as ditas centrais electricas de combustão iriam expelir vapor de água na mesma.

Nota que existem vários métodos de separar hidrogénio de vários materiais, a electrolise da água é simplesmente a mais económica e rentável.
Agora porque é que achas que a energia gasta a separá-lo quimicamente tem que ser a mesma libertada numa reacção violenta como é a queima do hidrogénio, se são separados por um processo e juntos por outro não vejo muita lógica nisso.
Também a energia (calor) libertada pelos reactores nucleares pode ser convertida noutra de várias maneiras e umas dão mais rendimento que outras:
por muitos pares termo-electricos que lá ponhas nunca vais conseguir tanta energia como se usares um gerador movido a turbinas impulsionadas pelo vapor de água a mais de 1000ºC...
com a turbina consegues alimentar uma cidade ou parte dela, enquanto com pares termo-electricos talvez consigas alimentar um navio.

"electricidade->hidrogénio->motor de combustão->gerador trifásico..."

Ou seja, o famoso moto contínuo.

Um moto continuo é suposto ser uma máquina que se autoalimenta, e portanto deveria trabalhar eternamente, mas isso é impossivel...
Nesta situação não teriamos uma máquina, mas sim uma sequencia de máquinas, e mesmo assim para se tornar em algo parecido com moto-continuo, a água gerada pelas combustões teria que ser suficiente para alimentar o próximo ciclo... duvido que na electrólise se capture todo o H2, algum deve perder-se.
Além disso, acredito que grandes motores de combustão capazes de puxar por grandes geradores iriam gastar H2 mais depressa do que se produzia... Este processo nunca seria um moto-continuo.

O que eu duvido é que a energia gerada por um motor especialmente desenhado para queimar H2 ele seja igual ou inferior à que se gastou num processo de separação estritamente electro-quimico, que já esta provado que pode ser alimentado por células foto-voltaicas.
A pensar assim então teriamos que imaginar termos que usar reações ultraviolentas para fazer explosivos.

Não vamos menosprezar que é H2 que tem dado o impulso inicial em todos os foquetões que são lançados para fora da atmosfera, e que uma das bombas mais poderosa foi feita com isotopos de hidrogénio.

Mesmo assim, não tenho ideia se estará alguém a trabalhar em alimentar cidades com energia produzida por um sistema assim, nem faço ideia se realmente seria rentável ou suficente, possivelmente não seria.
Para este assunto há muito mais alternativas do que para veiculos.
Por exemplo, eu não consigo imaginar um veiculo a usar energia directamente do calor do sub-solo, do movimento das marés, das ondas, correntes de rios, etc...

Abraço

Começo a entender as duvidas aqui colocadas e o problema foi que escolhi um título infeliz para o artigo, ao escrever "A solução energética que tanto precisamos." levantei outras questões às quais não pensava referir-me.
O titulo deveria ter sido " A solução para nos livrarmos da dependência do petróleo."
ou "A solução para a poluição os automóveis."

Acontece que tenho acompanhado de perto esta procura por energia alternativa aos veículos que usamos e pela 1ª vez vejo algo que é aquilo que sempre achei o ideal: mesma autonomia, abastecimento rápido, mesma potencia, nenhum tubo de escape.
Todas as outras alternativas sem escape são pobres energéticamente e algumas com escape como GPL e oleos vegetais lançam na mesma gases toxicos para o ar.

Contudo não consigo parar de me interrogar: porque razão não conseguimos uma máquina que obtenha energia como as plantas fazem durante o dia? Consomem compostos de carbono, retiram a energia necessária para elas e expelem oxigénio... não era fixe termos máquinas que queimassem o lixo e libertassem oxigénio dessa queima como as árvores? e além disso gerassem energia? Se as plantas conseguem, porque razão não aprendemos com elas?

Abraços

Também sou licenciado na área ambiental.
Alguem me pode informar onde realizar mestrados em bioenergias em portugal e no estrangeiro?
Obrigado
drsabrantes@hotmail.com