Pouco meses depois experimentei o meu primeiro Linux, o Red Hat 5.2 e após algumas situações mais complicadas para mim, optei por uma versão do Mandrake. Não havia drivers para o winmodem que tinha instalado de modo que só o podia usar offline mas que era um belo sistema operativo, lá isso era. Muitas dificuldades tive com ele porque o que se aprendia com o windows era apenas mexer com o windows, não era aprender realmente informática de modo que quando se saía do windows para mexer noutro sistema operativo, pouco ou nada se sabia. Engraçado que logo se percebia que quem entendia de Linux, podia-se dizer que percebia tambem doutros sistemas operativos...
Mais tarde e já com net da Netcabo e com o seu respectivo modem externo, comecei por usar em dual boot nova versão do Mandrake, talvez a Mandrake 7, já não me recordo bem. Vou deixando vários screenshots dos meus sistemas neste artigo para tentar mostrar algumas das minhas evoluções tais como outras evoluções do GNU/Linux.

Mandrake com Kde

Mandrake em 2002
A pouco e pouco fui experimentando mais o Linux, alternando com outras distros, escarafuchando nele e adoptei o SuSE como minha distro favorita, mas sempre com um fraquinho pela Mandrake. A acomodação com o Windows 2000, alguns jogos e com alguns programas que não haviam no Linux, impediram-me de mudar definitivamente para o sistema do pinguim, mas o "bichinho" já me tinha infectado.

SuSE quando ainda era pura, sem a Microvell.
Mas apesar de estar viciado no Windows 2k, certas coisas com ele cada vez mais me chateavam. Refiro-me à lentidão que ia aumentando até ao reboot seguinte, a crescente falta de segurança apesar de ter vários programas de proteção, a necessidade de passar cada vez mais tempo a tratar da manutenção dele e cada vez mais saturado de ter que andar a fazer reboots nele por qualquer merdinha que fizesse. Entretanto fui descobrindo as virtudes do Opensource, o Software Livre e as suas regras, e o mais importante, a filosofia que o precede.

Kde 3 sendo executado no Cygwin
O facto de ter a maior parte dos programas crackados e como tal sem licenciamento, o de ter que andar atrás de chaves e registos crackados para os manter em funcionamento, o de não saber se tinha programas que faziam mais do que diziam fazer, o de descobrir que o Windows também me andava a vigiar os passos e os cliques, foram-me empurrando para tomar a decisão de ser tempo de ter de deixar de usar o sistema das janelas. Era o tempo em que o Knoppix trazia a novidade do LiveCD, podia-se trabalhar com ele apenas a partir do CD e depois podia-se instalá-lo a partir do desktop, em segurança e duma maneira fácil. Outras distros bem conhecidas seguiram esta ideia, como o Kurumin. Instalei o Knoppix e ao contrário do que aconselhavam os experts dessa distro, ela esteve talvez uns dois anos em pleno funcionamento e actualizada no meu PC, sendo já o principal sistema operativo em funcionamento.

Knoppix, excelente canivete suiço!
Mas é claro que vários problemas se foram sucedendo, ter uma distro X e sendo actualizada com repositórios de Y, tinha que acabar por dar merda. Mas foi com o Knoppix que descobri a famosa ferramenta "apt-get" que tornava a gestão do software numa brincadeira para crianças. Instalar, desinstalar, fazer upgrades, etc, tornou-se algo tão simples e fácil que influenciou definitivamente a escolha da distribuição seguinte para meu sistema operativo numero 1. Arranjei outro PC e meti-lhe a grande Debian. Tudo instalado via linha de comandos, quase desde o zero e sem sequer ter o X para poder usar o rato. Alterei-a depois para a versão Sid, a Debian Unstable, que veio a provar ser bem mais estável que o Windows 2k que ainda tinha noutro PC, agora secundário e com funções de lazer (jogos), repositório e conversão de filmes para uso caseiro.

Meu ganda Debian correndo o Kde!
Devo lembrar que nestas andanças tive problemas, muitos por sinal. Tantos que deixei para trás o Knoppix e apesar do Debian Sid até ser relativamente estável, tive alguns sustos após alguns "apt-get upgrade". E aí quem me valeu foi o Google, o "pt.comp.so.linux" e o meu parceiro do blogue, o Arame com a sua infinita paciência. Mas o mundo muda e agora sou eu que muitas vezes tenho que ajudar quem se aventura neste belo mundo do pinguim.
Pelas imagens que vou mostrando aqui, já deu para perceber que foi sempre o Kde o meu gestor de janelas de eleição. Era típico que quem viesse do Windows caísse nele por mais se parecer com o Explorer, embora o Kde fosse, e continua a ser, incomparavelmente superior ao miserável Explorer. Conheci e usei o Fluxbox, Enlightnement, Windowmaker, Gnome, Blackbox, etc, nas várias distros que ia mexendo mas só o Kde me enchia as medidas pela sua versatilidade, personalização, pelas inúmeras funcionalidades.

Debian Sid com o Kde 3, Abril de 2005
Com o Debian tive que muitas vezes mexer nas entranhas para configurar programas e serviços, editar ficheiros de configuração, muitas vezes sem ter sequer o X, apenas o Vi e uma cábula à frente cheia de dicas. Mas se um tipo quer aprender algo, é este o caminho para o conseguir, se for apenas com janelinhas nunca lá se chega...

Mais Debian, mais Kde
Tive de mudar de PC e aproveitei para mudar novamente de sistema operativo. Escolhi algo mais estável que o Debian Sid, mas com programas actualizados e baseado no Debian. Foi o Ubuntu na versão 8.04. A adaptação não me trouxe dificuldades algumas, já usava o Gnome como meu gestor de janelas favorito no Debian e apenas encontrei mais facilidades nesta distro em relação à anterior. Os fóruns e sites de apoio são imensos, a comunidade é a mais numerosa e não há falta de software para esta famosa distro.

Ubuntu 8.04 (?) e os screenlets
Entretanto alguns colegas meus solicitam-me ajuda para desempenar os seus PCs com Windows e eu já comecei a recusar tais pedidos a não ser que seja para resolver definitivamente o problema, ou seja, trocar o infecto XP por um Linux qualquer. Ou aceitam ou não há nada para ninguém! Confesso que já não tenho muita paciência para mexer em Windows, sinto-me atrofiado, limitado, e se tivesse um médico ao meu lado acredito que me proibiria de usar o Windows devido ao enorme stress que ele me cria em poucos minutos. Quanto ao Vista e após várias tentativas, recuso-me a mexer naquela bosta. Já houve vários pedidos de ajuda mas comigo não tem sorte. É mau demais para eu gastar o meu precioso tempo naquilo. Pelo contrário, dos meus colegas que adquiriram o EeePC com Linux, sou eu que tenho de perguntar se não tem problemas, algo que queiram fazer, qualquer coisinha, mas... nada! Compraram Linux, cliente satisfeito e sem problemas!
Foi já com o Ubuntu que experimentei o novo Kde 4 que de tão diferente que é da versão anterior, torna-se necessário reaprender a trabalhar com ele, mas que é fabuloso, lá isso é! Tão fabuloso que uma certa companhia de software apressou-se a fotocopiá-lo para o meter num sistema operativo obsoleto e vende-lo como se fosse uma inovação sua.

Ubuntu 8.10 com o Kde 4
Embora continue a usar o Gome e de tempos a tempos use outros gestores de janelas para descobrir novidades, acredito que não faltará muito para regressar ao Kde, agora na soberba versão 4. E acredito que nem mesmo esta senhora em baixo seja capaz de evitar isso!

Fluxbox com mais umas paneleirices, no Ubuntu 8.10
E cá estou com o novo Ubuntu 9.04, sem saudades nem necessidades algumas do Windows. E o balanço desta mudança foi bastante positivo. Resumindo as vantagens que encontrei nesta mudança:
- O comodidade de poder usar quase qualquer dispositivo USB sem ter que instalar drivers, sem reboots, sem problemas, apenas enfiar a ficha e usar! É certo que nem todos os dispositivos funcionam assim mas a culpa não é do Linux nem dos seus distribuidores, mas sim dos fabricantes que não disponibilizam drivers nem informações que os tornem possíveis de funcionar no Linux.
- A sensação de segurança ao saber que o meu sistema é imune a vírus e a outros malwares que tanto infestam os sistemas Windows.
- O prazer de usar um sistema estável e robusto, coisa que é impossível de encontrar nos sistemas que inundam em 90% os PCs actuais por esse mundo fora.
- A satisfação de poder usar os efeitos 3D do Compiz ou outros, que deixam o pessoal com sistemas da concorrência a roerem-se de inveja.
- A alegria de ao instalar uma distro, como esta que uso agora, e de imediatamente poder usar centenas de programas para fazer quase tudo o que precise, e ficar à distância de 3 ou 4 cliques de milhares de outros programas que se podem instalar automagicamente, sem dificuldades nem atritos.
- O conforto de ter sempre TODO o sistema e seus programas actualizados, sem ter que usar chaves ilegais, cracks e keygens.
- A excelente sensação de saber que não pertenço ao imenso rebanho que consome Windows.